27/09/2009

Superstição

Em uma conversa com uma amiga, tentávamos entender porque certas coisas aconteciam comigo: ― Analisemos então. Você já quebrou algum espelho? ― Já, mais de um. ― Passa debaixo de escadas? ― Passo. A não ser que haja perigo, vai que alguma coisa cai na minha cabeça. ― Uhm... O que faz quando vê um gato preto? ― Carinho! Tenho dois em casa. Adoro. ― Já pisou no rabo de algum? ― Claro! Várias vezes. ― São sete anos sem casamento para cada uma dessas vezes. ― Ãhm?... ― Já colocou a aliança de outra pessoa no seu dedo? ― Já sim, por quê? ― Porque quem faz isso não casa! ― Ah... ― Você costuma comer o último biscoito do pacote? ― O que isso tem a ver? ― Come ou não come o último? ― Não! Sempre me sinto cheia quando chega o último. Sempre deixo. ― Quem deixa o último, não casa. ― Ah... ― Abre sombrinha dentro de casa? ― Preciso mesmo responder? ― Fica pra titia. ― Já varreram seu pé? ― Já, já. E já sei também, não caso né! ― É... ― ... ― Confia em Deus? ― Mais do que tudo! ― Então tá tranquilo... ― Uffaaa... ...

25/09/2009

Balada não, Batalha!

Tem solteira que encara uma balada com a pior das intenções. Nada daquele papo de “eu vim pra dançar” ou “estou aqui pelos amigos”. Tem solteira que sai de casa com um propósito claro e direto, “eu vou atrás de um homem pra chamar de meu!”. E pronto.
Não demorei muito a chegar a essa conclusão. Presenciei uma cena onde tudo ficou absolutamente claro, apesar do breu da casa noturna:
Havia uma fila de homens encostados ao corrimão de uma escada que ligava a pista superior da balada à pista inferior, de onde eu observava o ambiente. Foi quando um grupo de cinco mulheres se aproximou da escada e atraiu a atenção de todos.
Os homens pareciam coiotes, babavam. Eles as cercavam, tentavam “chegar” nelas, tentavam “tirar uma casquinha” de cada uma delas. Um deles ficou tão hipnotizado que quase derrubou a cerveja nas pessoas do andar debaixo.
O motivo? Barrigas, ombros, pescoços, costas e colo amostra, brincos enormes, vestidinhos esvoaçantes, piercings, cabelos lisos, colares, saias curtas, salto alto, cada uma com um pouquinho de cada. A cena passava por mim como em câmera lenta. Meus olhos foram seguindo o movimento até chegar em mim mesma, e me deparar com a minha roupa: Uma bata que cobria toda a minha silhueta, jeans e salto mediano. Era óbvio que naquela noite eu não ia conseguir nada! Não daquele jeito!
É cruel. Temos que admitir. Mas a balada é, na verdade, uma batalha. E elas estão armadas. Ao invés de espadas, unhas vermelhas, ao invés de armadura, estampas de onça, ao invés de protetores na cabeça, maquiagem, gloss! Ao invés do ringue, uma pista de dança.
Ah! E os inimigos? São as outras, ou seja, nós mesmas.
Então se é guerra? Guerra será!
Numa balada depois desse episódio, comprei uma blusa com estampa de leopardo que deixa o colo amostra sem ficar vulgar. Descobri que o lance era deixar pelo menos uma parte do corpo vulnerável, ou o colo ou as pernas, os dois, não dá! Preciso dizer quem venceu a batalha dessa vez?
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Fato

Por que que aquele homem que antes você venerava e agora tem ódio mortal por eventualidades da vida, é o que mais te conhece e mais sabe exatamente o que vc pensa?

23/09/2009

Primavera

A vida é muito engraçada, pra não dizer dramática. Ontem mesmo comentava com colegas de trabalho sobre a primavera. Como é linda! “A estação do amor!”, eu dizia as amigas enquanto planejávamos a decoração. Pois hoje começa a primavera. Meu coração deveria estar tão florido quanto os jardins vão ficar daqui a alguns dias. Mas as coisas não saem sempre como a gente quer. E essa estranha mania de achar que as pessoas não podem mudar tem que acabar. Assim como a vida, como as estações, as pessoas também mudam. Talvez não no tempo em que você queria que a mudança acontecesse, mas elas mudam. E hoje é dia de mudança. Hoje a primavera começa. Hoje um novo ciclo se inicia. E eu espero que eu não precise que mais alguém mude, para que eu mude. Que a primavera de vocês seja linda, e a minha também. “Todas essas coisas acontecem por uma razão Não se vá e jogue tudo fora Tenha o seu, quando a estação mudar”. (Corinne Bailey Rae – Seasons Change) ...

18/09/2009

Ditos populares

“Quem vê cara, não vê coração” “Beleza, não põe mesa” “Quem não tem cão, caça com gato” “Quem ama o feio, bonito lhe parece” “Nem tudo que reluz é ouro” Conhecem todos esses ditados certo? Pois eu os tenho ouvido muito mais do que uma música hit no rádio. É como um estranho fenômeno, um complô, onde todas as mulheres/amigas casadas, noivas e namoradas insistem em citar esses ditadinhos para as pobres balzaquianas, solteiras encalhadas. (Como odeio essa palavra!!) E a pobre solteira que já não tem muita esperança, ouve aquilo e fica se perguntando: ― Será que não há mais homens solteiros gatos por aí? Será que só sobraram os feios? Ou pior: ― Será que os feios são melhores que os gatos? Será que não devemos dispensar um feio, só porque o achamos feio? Não!... Não me conformo! Pois ontem, para complicar ainda mais essa matemática, durante uma conversa entre amigas, debatíamos o término do namoro de uma conhecida. A namorada era muito bonita, independente e trabalhadora. O namorado era gente boa, trabalhador, mas feio... Muito feio! Acontece que o cara pisou na bola. E analisando a situação, uma de minhas amigas concluiu: ― Pra você ver, nem os feios estão prestando mais! E agora?! Estamos perdidas mesmo.

16/09/2009

Mãos

Andar de mãos dadas é, pra mim, a maior prova de amor entre um casal. É um sinal de carinho, de afeto, de segurança. Se alguém te estende as mãos, você sabe que pode confiar e se apoiar. Pelo menos deveria ser sempre assim. Eu andei de mãos dadas com a mesma pessoa, pelos mesmos caminhos, por quase oito anos da minha vida. Mas por uma mudança nos meus planos, nos planos do destino, fiz meu coração ficar vazio, e minhas mãos também. Não havia mais quem me apoiasse, não havia mais quem me segurasse. Teria que seguir pelos mesmos caminhos, sozinha. Foi aí que adquiri um estranho hábito que me fez descobrir o poder “das mãos dadas”. Voltando pra casa, depois de mais um dia de trabalho, reparei que andava pelas ruas com os braços juntos ao corpo e com as mãos fechadas. Mas não simplesmente fechadas, eu prendia o dedão por entre os outros dedos e apertava com força. Era como se eu estivesse tensa, tão tensa a ponto de machucar as palmas das mãos com as unhas. Não demorei muito a compreender porque estava fazendo aquilo. Inconscientemente, eu buscava em mim uma forma de segurança, uma forma de proteção. E ao mesmo tempo, percebi como sentiria falta de ter uma outra mão junto da minha. Era medo, insegurança e solidão. A partir daqueles dias passei a me policiar. Toda vez que me pegava com as mãos travadas, respirava fundo e ia abrindo-as lentamente. A decisão era minha, então sozinha eu teria que continuar. E fui aprendendo. Cada vez que abria as mãos, ia experimentando um pouco de liberdade. Comecei a gostar de sentir o vento atravessar meus dedos. E no final das contas, perdi o medo de andar de mãos abertas. ...

10/09/2009

Despedida

Antes dela partir, ele pediu: ― Eu quero sentir o gosto da sua boca, pela última vez. Ela olhou fundo em seus olhos. Levantou o corpo em sua direção sem perder o contato visual. E em dois segundos, que mais pareceram uma eternidade, ela estava cara-a-cara com ele. Havia um silêncio no quarto. A única coisa que se ouvia de forma abafada era o som da respiração dos dois. E quando as bocas estavam prestes a se tocar, ela pediu: ― Feche os olhos. Ele fechou. Sem mover um centímetro de seu corpo e sem que ele percebesse, ela alcançou a bolsa que estava apoiada em seu ombro e tirou de lá um batom. Olhando para os olhos fechados dele, ela abriu o batom e o esfregou desordenadamente na boca dele. ― Mas o que é isso? ― Ele gritou afastando-a com um dos braços e se limpando com o outro. ― Não queria sentir o gosto da minha boca, pois aí está! É tutti-frutti. Ela fechou o batom, virou-se, e nunca mais voltou. ...

09/09/2009

Quem procura, acha?!

Viajei para São Paulo em minha última semana de férias em busca de novos rostos. Para ser mais honesta e objetiva eu estava atrás de novos rostos masculinos que de preferência me embarcassem numa aventura amorosa de um fim de semana. Tinha cansado de procurar o amor da minha vida nas baladas cariocas, onde ninguém quer nada com ninguém. E estava cansada de ficar sozinha. Então, fui na maior esperança! A idéia: Encontrar com minha amiga cantora, super gata, solteira, que com certeza teria “manos” super gatos, solteiros para me apresentar. Aqui vai uma dica, quando viajar para lugares diferentes, tenha a certeza de que o seu plano de viagem é o mesmo de seu host. O plano da minha hostess: Não era o mesmo que o meu. Assim que cheguei, peguei um táxi e fui direto para seu apartamento, bem localizado em São Paulo. ― Vamos pra um super shopping? ― perguntei empolgada. ― Não dá! To tossindo muito, não posso bater perna, pois tenho uma apresentação amanhã à noite! ― Amanhã à noite? Você não me falou nada! Que legal! Mas e hoje o que vamos fazer? ― Hoje vamos ao teatro assistir um musical novo da Broadway, ganhei os convites achei que te interessaria! ― Maravilha! ― Convites de graça, teatro, gente culta, alguns namorados ou casados, mas possivelmente alguns solteiros e de bom gosto! Foi isso que aconteceu?! Claro que não! A maioria da platéia era vovô e vovó! A onde eu estava com a cabeça em pensar que homens solteiros estariam assistindo a um musical da Broadway na sessão da tarde em plena capital! Durante todo o espetáculo tive a sensação de que se alguém gritasse algum número do palco, algum velhinho poderia pular da cadeira e gritar BINGO! Tamanha a quantidade de cabelos brancos no teatro. Que viagem. Mas o espetáculo foi lindo, o ator principal era lindo, suas calças justas também, valeram os convites. Do teatro para um barzinho? Não. Minha amiga não podia tomar friagem e arriscar sua apresentação no dia seguinte. Ok. Eu entendo.Voltamos pra casa. Sem bar, sem manos, só nós duas. Cansada da correria do dia caí na cama e pedi para o dia seguinte ser mais interessante. ― Que Deus me mande um mano tão bonito quanto o ator principal do musical. Mas sem as calças justas. ― Orei. No dia seguinte, passei a tarde arrumando cabelo, unha, roupa... Enquanto minha amiga seguiu cedo para o teatro para o ensaio geral. Tudo perfeito. Na hora marcada peguei um táxi e logo na entrada fiquei de queixo caído! Uma fila enorme, de gente bonita, jovem, saudável, com cara de rica, com a cara da moda, pra todos os gostos e homens solteiros, livres, desimpedidos e... GAYS! Eu não podia acreditar no que eu estava vendo! Eles eram lindos, perfumados, antenados, mas sabiam as músicas de cor e se bobear fariam o coro e a coreografia que rolava no palco! Eu passei um olhar 44 por todo o salão, procurando o meu “mano”, mas não tinha um que já estivesse sem uma “mina” do lado. Quanta decepção. Minha amiga estava linda, arrasou em sua apresentação. Saímos depois, já que não importava mais tomar friagem, conheci um bando de manos que sabiam tudo sobre a Christina Aguilera e a Beyoncé. Foi divertido, até esqueci que estava solteira e sem beijar a décadas. Depois de um fim de semana desses decidi parar de procurar. "Não adianta correr atrás de uma coisa que não está pronta pra receber você" disse um dos amigos purpurinados que fiz por lá. De fato, ele tem razão. Mas se você quer um conselho meu; não vá a um musical da Broadway achando que vai conhecer o homem da sua vida. Não é uma boa opção. ...

07/09/2009

Existe um caminho?

"Tenho vivido com uma sombra sobre minha cabeça Tenho dormido com uma nuvem sobre minha cama Estou sozinha a tanto tempo Presa no passado, não consigo andar pra frente Tenho escondido todas as minhas esperanças e sonhos longe Para caso eu precise deles de novo um dia Tenho separado um tempo a parte Pra clarear os cantinhos da minha mente Tudo o que eu quero fazer, é achar um caminho de volta para o amor Não vou conseguir continuar, sem um caminho de volta para o amor Tenho observado, mas as estrelas se recusam a brilhar Tenho procurado, mas os sinais eu não consigo enxergar Eu sei que está lá Tem alguma coisa para minha alma em algum lugar Tenho procurado por alguém que me illumine E não alguém que me faça passar a noite Eu podia ter alguma direção E eu estou aberta para a sua sugestão."
Trecho da música "Way back into love", parte da trilha do filme Música e Letra.

02/09/2009

Desculpas

Preciso pedir desculpas. Depois de tanta raiva, passei a achar que nenhum casamento, nenhum relacionamento pudesse ser verdadeiro. Estava com raiva, já disse. Achava que ninguém deveria se casar para sofrer, para aturar um marido chato que cobra o tempo todo, ou para agüentar uma esposa que não sabe fazer nada. Era pura raiva, hoje entendo. Desejei que todos que estivessem num relacionamento abrissem os olhos, e vissem, que assim como eu, estariam melhor sozinhos. Eu estava errada. E só percebi isso quando meu olhar cruzou o olhar daqueles noivos. Fixei-me naquele momento tentando entender. E quando percebi senti uma enorme alegria. Era puro amor. Sincero, carinhoso, possível. Não senti inveja daquele casal, mas pedi a Deus para que algum dia, alguém me olhe da mesma forma que os dois se olhavam. E a raiva passou. ...

01/09/2009

Defeitos

Quero saber de vocês: O que ele(a) não pode ter ou ser pra ficar com você? Começo respondendo: Pra ficar comigo, ele não pode ser preguiçoso, nem bobo. Responde aí!!! ...
Respeite a propriedade intelectual. Ao reproduzir os textos não se esqueça dos créditos! Obrigado!