30/07/2009

A segunda primeira vez

Durante uma conversa pelo MSN ele me disse: ― A segunda primeira vez de uma mulher é sempre mais cautelosa que a primeira. ― Sério? Posso saber por quê? ― retruquei curiosa já que ele sempre se mostrou entendedor dos mistérios femininos. ― Porque na primeira vez a mulher está preocupada consigo mesma. Ela não sabe bem o que tem que fazer ou como vai acontecer, não sabe se vai sentir dor, como será tratada... ― Ok, concordo. ― Na segunda primeira vez (aquela que é a primeira vez com um homem diferente) a mulher já sabe tudo o que tem que fazer, então ela se preocupa com ele. Se ela vai agradá-lo, se ele vai gostar do seu corpo, se será aprovada ou comparada com outras... ― Ok, concordo. ...

29/07/2009

Papo de interior

Há pouco voltei de uma viagem a São Paulo. Adoro viajar, conhecer lugares e pessoas diferentes. Mas sempre que vou, sinto tristeza. A tristeza de deixar as pessoas que gosto pra trás. Nem que seja por pouco tempo. E sempre que retorno sinto agonia. Uma agonia que pra mim quer dizer “fica, você não deveria estar indo”. Adoro minha cidade. Nasci, cresci e vivo aqui. Mas apesar de estarmos com quase 200 mil habitantes e dizer que somos modernos, ainda temos cara e espírito de interior. Temos hora pra acordar, hora pra tomar café da manhã, almoçar, jantar e dormir. Temos idade certa pra brincar na rua, idade pra começar a sair, a namorar, idade limite para casar e ter filhos e idade certa pra ser avô. Nossos passos são monitorados, assim como nosso peso, nossas atitudes e palavras. Aos meus 27 anos, na visão interiorana, eu deveria estar casada, com dois filhos, com uma profissão bem resolvida ou então somente cuidando do lar. Tente explicar a eles que você não quer se casar agora, ou que está casada, mas não pretende ter filhos, ou que gosta de almoçar às 4 da tarde e que não se importa que seu cabelo seja roxo. Explique a eles que você é cantor profissional ou então que tem qualquer outra profissão que não seja engenheiro, médico ou advogado. É difícil. Qualquer coisa que saia do padrão numa cidade de interior é taxada pelos seus próprios habitantes. Nem sempre por maldade, eu mesma já julguei e falei dos outros sem entender primeiro. E os questionamentos vêm de todos, não pensem que só dos mais velhos. A verdade é que não sei se meu estilo de vida pertence ao lugar onde moro hoje. Pelo menos tenho meus olhos abertos para enxergar o que tem lá fora. E posso desfrutar desse conhecimento de uma forma positiva. ...

27/07/2009

Gatos na cama

Desde que criei o blog venho recebendo comentários curiosos e suspeitos sobre o título que escolhi. Por isso, uma explicação rápida: Adoro gatos! Tenho três deles. Três machos. Grandes e parrudos. Mas apenas um deles dorme na minha cama, comigo. Continua curioso e suspeito né?! rs desisto. ...

21/07/2009

Falando em velhice

Meu pai chegou a seguinte conclusão hoje: - A aposentadoria para o homem é a mesma coisa que a menopausa para a mulher. ...

O sofrimento do Celular

Afirmo com todas as letras: O celular sofre! Durante uma briga, o celular é obrigado a ouvir os gritos irritantes e agudos da mulher traída, enquanto um outro aparelho se sufoca com o bafo de onça (entenda-se cachaça) do marido infiel. É o celular que será atirado contra a parede caso a mulher desligue dizendo que não está satisfeita e que vai arrumar outro homem. É ele também que é largado na mesa quando a mulher percebe que seu gato está rodando na balada com outra gata e ela sai furiosa procurando as amigas deixando tudo pra trás. Ele certamente será apertado, socado, xingado e amaldiçoado se estiver fora de área, sem bateria ou se por qualquer outro motivo deixar de funcionar. É o pobre do celular que fica tonto de tanto girar que nem roleta na mesa do bar quando a noite tá fraca. É ele que fica com mancha de batom, que ganha banho de cerveja, de banheira, que tomba no chão, que vai parar na boca do filho que não tem com o quê brincar enquanto a mãe solteirona espera o valor da conta do supermercado. São suas teclas que são apertadas com toda a força do homem irritado com o sumiço inesperado da patroa, justo na hora que ele precisava do carro. É ele que é silenciado ou desconectado quando a amante chega. E enquanto isso, um outro fica desesperado tentando encontrar o traidor, achando que possivelmente se envolveu num acidente de trânsito. Imagina se o celular pudesse contar tudo que ele realmente ouve? Quando se é solteiro a estória muda. Ou melhor, mudo, sem uso, inútil. Ninguém liga, ninguém atende. Ele é jogado para escanteio. Sua bateria dura dias. Suas luzes quase não se acendem. É um isolamento total. Uma tristeza profunda. São férias não solicitadas. A única coisa que ele vê são os olhares dos donos, que na expectativa de um milagre imploram “toca telefone, toca...”. Celular feliz é aquele do casal em início de namoro. Esse sim está em plena atividade, mandando vários torpedos em tempo recorde, ouvindo coisas bonitas, sendo acariciado e elogiado. Ele trabalha dobrado, mas é tratado como rei, objeto valioso e extremamente necessário. Está sempre limpo, não pode estragar em hipótese alguma, tem que estar bem alimentado e ficar sempre às vistas de seu dono, o mais perto possível, no aconchego da cabeceira da cama de preferência. Esse sim é um celular de sorte, esse sim é um celular feliz. ...

18/07/2009

O grande erro

Errar é humano e normal. Todos cometem erros. Nossa vida está repleta deles. E eu, como todo mundo, cometi vários erros ao longo dos meus relacionamentos. Menti, supervalorizei, mimei, traí, fiz barraco, deixei de fazer barraco, fui paranóica, invadi a privacidade alheia... Cometi os meus pecados e aprendi com eles. Pois bem. Foi a algum tempo que eu descobri ter cometido mais um erro para adicionar a minha coleção. Mas dessa vez, foi mais dolorido. Eu acho que descobri o maior erro que uma mulher comprometida pode cometer. Não estou exagerando, deixe-me explicar. Na minha opinião, o grande erro da mulher comprometida, seja ela namorada, noiva ou casada é justamente o comprometimento. Ou melhor, o super-comprometimento. Quando a gente está bem com nossos companheiros, dificilmente passa pela nossa cabeça que tudo aquilo pode acabar um dia. E comigo não foi diferente. Durante o namoro, tudo o que eu via era uma imagem feliz, com um futuro de altar florido, um vestido branco, filhos e cães correndo ao nosso redor. Mas o namoro acabou e eu não estava preparada pra ficar sozinha. Por quê? Porque cometi o erro do super-comprometimento. Porque durante o namoro, afastei de mim as pessoas que seriam vitais para um momento de separação: meus amigos. É natural. Passamos a fazer todos os programas com o amado. Deixamos de almoçar com a família no domingo, de ir ao cinema com as amigas, de brincar com o filho da vizinha, de topar programas onde só tem amigos solteiros. Mudamos nossos aniversários, réveillons, natais, férias e feriados. Deixamos de visitar os avós, de marcar um encontro com o irmão, passamos a esperar pela resposta do amado para confirmar os eventos, deixamos de ir porque o amado não tem dinheiro ou não está afim, pulamos a balada para ir direto para o motel. Daí o namoro acaba. E todas essas pessoas que você se afastou, sem querer, por um longo tempo, já se acostumaram a ficar sem a sua presença. Já não te chamam mais pra sair, elas desistiram, cansaram de ouvir nãos. E agora você precisa delas mais do que nunca. Dolorido, não é?! Pois é. E muito. E não pense que eles não são seus amigos de verdade. Eles são! Mas eles também têm compromissos, namorados, trabalho, família e também não tem mais aquele tempo pra você, da mesma forma que eu não tinha pra eles. Pois então que fique claro. “Não há nada errado em dedicar-se a alguém. Desde que você não se esqueça daqueles que já se dedicavam a você.” ...

16/07/2009

As cinco Rs

Antes de terminar o namoro ouvi confissões horríveis de umas poucas amigas solteiras. Coisas do tipo “A vida não tá fácil pra gente não viu!”, ou então “Você vai ver como é difícil achar um homem interessante.”, e depois “Você tem certeza que quer terminar seu namoro?” ― Tenho! Tenho certeza sim! ― eu batia o pé. Não podia acreditar como mulheres bonitas, bem sucedidas como as minhas amigas podiam fazer comentários desse tipo. Aposto como existem vários marmanjos caindo aos pés delas e elas não dão à mínima. ― Vocês escolhem demais, são muito exigentes! ― completei e paguei pra ver. Fiquei solteira. Logo marcamos uma balada juntas, para tirar a prova. Estávamos lindas, não é porque são minhas amigas, juro! Fomos para um clube “In” da cidade. Praticamente todo mundo estava lá. Eu só estranhei o fato de eu não conhecer absolutamente ninguém de todo mundo. ― Realidade número 1! ― começou a explicar uma das meninas ― Quantas amigas solteiras você tem? ― Só vocês eu acho! (Conte 3) ― Então, você raramente vai encontrar seus antigos amigos aqui. De agora em diante só novas amizades. ― disse a outra trazendo os drinks. ― Sem problemas, estou aqui para fazer novos amigos mesmo. ― brindamos. Foi ainda por entre o brilho dos copos unidos que vi um grupo de garotas siliconadas, plastificadas, Barbies e pelo menos sete anos mais novas que nós cruzando o salão. Eu acompanhei o movimento em silêncio e fui interrompida por um estalo de uma das minhas solteiras. ― Realidade número 2. Nossa competição é geralmente mais nova que a gente. Já que a maioria de nossas amigas, da nossa idade, está comprometida. É injusto, mas a escolha foi nossa. ― Ok. Isso já era de se esperar. ― Dei uma golada maior na caipirinha, puxei o top pra baixo e arrumei o cabelo. Fomos para a pista de dança e ao som de um hip-hop comecei a sentir vontade de “ir à caça”. Apoiei um pé num degrau o que me deu altura para observar quase todo o salão principal e infelizmente perceber o que devia ser a Realidade número 3: a procura é bem maior do que a oferta. ― Sim amiga, o número de homens sempre foi menor que o de mulheres por aqui. Você sabia disso, só tinha se esquecido. ― riu uma delas. Apreensiva com o que poderia vir depois, me adiantei e perguntei: ― Por acaso existe uma Realidade número 4, ou 5?? Nesse exato momento, um carinha lindo se aproximou da gente e deu pinta de que viria em minha direção. Já ia abrindo um sorrisão achando que elas estavam enganadas e que eu ia ganhar a noite. Foi quando uma das minhas amigas mais atrevidas passou as duas mãos pela minha cintura me jogando para o outro lado da roda avançando ferozmente em cima do gatinho. ― Realidade número 4... ― falou a outra baixinho no meu ouvido se apoiando em meus ombros ― Amigas, amigas, gatinhos a parte. E a Patty é a pior de todas, cuidado. ― Realidade número 5... ― disse a Patty ― Eu não beijo há dois meses! ...

Reviravoltas

Certo. Me deixem explicar do começo. Finalmente consegui acertar na vida de solteira. Tenho uma turma novamente, amigas queridas que adoram sair. Finalmente estou integrada a sociedade, e fazendo a social quase todos os dias da semana. Ao ponto de me sentir cansada de tanto badalar. Perfeito! Como eu tanto desejei que fosse. Gatos chegando, ficando sem compromisso! E declaro na hora, pra quem quiser ouvir. Não quero compromisso! Quero me divertir. Eis que surge um gato diferente. Um gato que tem bom papo, mãos suaves e carinha de bom moço. Eis que rola um beijo... beijo booomm! Me sinto diferente. Tentada a repetir a dose. Não! Não posso! Não quero largar a vida de solteira... Mas ele volta, e os beijos voltam também. E fico como um ping-pong, entre ele e a vida que estava toda certinha. Não, ele ainda não me pediu pra namorar, mas minhas pernas estão começando a ficar bambas de novo. E agora?! ...

Em time que está ganhando...

... Não se mexe! Eu sei, eu sei. ...

15/07/2009

Nomenclatura

É tudo uma questão de apresentação. Você está num bar, na fila do cinema, na platéia de um show. Daí algum conhecido chega e você tem que apresentar a pessoa que está ao seu lado. E ele não é uma pessoa qualquer. Você tem dado vários beijos em sua boca, só que ele ainda não é seu namorado e não é só um amigo. E se você apresentá-lo como amigo, pode gerar algum constrangimento pro lado dele, e ele pensar "poxa, sou só um amigo". Se apresentar como namorado e ele pensar "nossa, ela já está achando que quero namorar". Seria mais fácil se pudéssemos dizer "oi fulana, esse aqui é o gato que eu estou pegando!" Não... acho que não né. Melhor dizer o nome dele e pronto, sem mais detalhes. ...
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