10/11/2009

Pausa

Olá leitores e leitoras do Gatos na Cama. Como vocês já devem ter percebido, a frequência de postagens por aqui caiu um pouco. Então, vim rapidinho explicar o que está acontecendo! Não se assustem, não é nada de mais. Tá rolando uma "pausa" na minha vida noturna, frenética de solteira. Não!... Não estou namorando! rs E mesmo que tivesse não abandonaria o blog! O motivo da ausência (aqui e na pista) é o trabalho! Esse sim, aumentou bastante no último mês. Além disso, o Gatos na Cama vai passar por uma reformulação (Viva!). Então, estou guardando os novos textos para postar depois. Espero que continuem por aqui pois vai valer a pena! Prometo não demorar! Até mais, Carol Andrade (a dona dos gatos) ...

02/11/2009

Abri os olhos

Descobri que as relações humanas são tão finas quanto uma folha de papel que balança com o sopro do vento. Descobri que as pessoas que eu acreditava que passariam a vida inteira ao meu lado, podem mudar de rota a qualquer momento. Algumas vezes, inacreditavelmente, por vontade delas mesmas. Descobri que por mais que eu batalhe para que tudo fique bem, não posso controlar o que os outros pensam e fazem. Meus esforços podem acalmar a tempestade, mas não fazem cessar a chuva. Descobri que ao contrário do que minha mãe me dizia, a maldade existe. E ela pode estar em qualquer pessoa. Por fim, entendi que cada um caminha por si. Que ninguém conhece o outro de verdade, e que nesse mundo, cada um está sozinho, tristemente sozinho. Agora vivo num impasse entre manter os olhos abertos ou fechá-los novamente. Verdade demais dói. Fechar os olhos pra ela, também. (desculpem o desabafo...) ...

29/10/2009

Sonhos

Há algum tempo isso me veio no pensamento: “E se nunca acontecer pra mim? E se essa foi a minha última chance de ter um relacionamento e um casamento?” Não! Não me entendam mal. Se eu tiver que ficar sozinha, ficarei. Darei um jeito de viver minha vida como sempre vivi e como tenho vivido. No entanto, tirei meu pensamento dos meus ombros e foquei um minuto em pessoas que estão a minha volta. Ou melhor, bem perto. Pessoas que eu tenho certeza que fizeram planos pra mim, no meu lugar. Pessoas que se imaginaram me guiando pelo corredor de uma igreja. Pessoas que estão guardando um par de brincos para usar no dia da cerimônia. Pessoas que estão esperando ter netos, bisnetos, sobrinhos. Pessoas que sonham em ver uma linda mulher num vestido longo coberto com um véu branco. Pessoas que eu amo, e que me amam também. São expectativas que foram criadas ao longo da minha vida, provavelmente desde quando eu era bebê. E que talvez eles desejem tanto ou mais do que eu mesma. Como será que eles enxergam tudo isso? Como um fracasso? Um desapontamento? Não sei. No fundo, sinto-me como se os tivesse desapontado. Apesar de saber que eles me apóiam em tudo o que eu decido. Mas tenho medo. Quanto mais o tempo passa, mais temo não poder dar-lhes esse sonho tão merecido. A vida é cruel, as pessoas vão embora. E um deles eu já perdi. ...

25/10/2009

Um Gato

Ah! Agora sim. Agora eu compreendo tudo. Você sabia desde o primeiro momento, não sabia?! Como eu não pude enxergar? Você fazia toda aquela cena! Sentava entre a gente, sempre interrompendo. Eu achava que você queria atenção ou que estava com frio, mas não! Você queria mesmo que eu me afastasse dele, sabia que não ia dar certo. Agora entendo todas aquelas caretas estranhas que você fazia quando ele chegava. Eu achava que eram por causa das brincadeiras bobas, mas a verdade é que você nunca realmente gostou dele. Ou melhor, você até gostava dele, mas sabia que ele não era pra mim. Tomava banho toda vez que ele te encostava. Só podia ser repulsa! Mas é claro! “O que ela está fazendo com ele?”, você provavelmente indagava. Quando ele foi embora, apesar da situação, você sabia que eu ficaria triste e veio me confortar. E eu, uma boba, olhei pra você com todo um pesar e disse “sinto muito meu lindo, ele não vai mais voltar e a culpa é minha”. E você estava lá, firme, forte, tranqüilo, segurando a barra, mas no fundo estava mesmo é respirando de alívio, no maior estilo “até que enfim!”. Então você virou o rei da casa. Dormiu comigo por semanas. Me fez companhia até onde seus limites te impediam. Me ofereceu carinho, calor, diversão, carinhas de compaixão e algumas mordidas esporádicas para que eu me lembrasse que ambos estávamos vivos. Você se divertiu muito nessa época, não é?! Como você é esperto. O que você não esperava era que eu fosse sumir por um mês inteiro. E eu paguei caro. Quando retornei, você me recebeu com pouco-caso. “Eu fiz tudo aquilo por você e você me larga aqui?”, devia passar pela sua cabeça. Orgulhoso. Não quis me dar atenção. Fingiu que eu não existia e que não tínhamos uma história juntos. Passamos um longo tempo assim. Com poucas palavras, ou quase nada. Até que uma tarde você me viu com um semblante diferente. E você conhecia todas as minhas feições, sabia que alguma coisa tinha acontecido. Sem perguntar, você pulou em meu colo, olhou em meus olhos e tenho certeza que se você fosse gente teria me abraçado. Na verdade você me abraçou, do seu jeito. Ficamos ali juntos e contei não só o que tinha acabado de acontecer, mas também tudo que havia acontecido nesse tempo de desencontro. E você me ouviu. Sem pressa, apenas me ouviu... Como é bom ter alguém que nos ouça. É fato que depois disso nos entendemos e você voltou a ser o rei. Mas é assim que os gatos vivem comigo, como reis mesmo... “Os gatos não querido, só você, só tem você viu... Não me arranha Thunder, assim você me machuca... pára gato, não vou te dar leite hoje hein... Thunderrrrr...!! ...

20/10/2009

Zerei

Após certa idade, é comum adotarmos o seguinte discurso em nossa vida pessoal, profissional e familiar: “Quanto mais velho, mais experiente, e quanto mais experiência, melhor”. Nunca ouvi ninguém discordar de que ser experiente é saber avaliar com mais atenção os problemas de todo dia. No entanto, após uma observação talvez um pouco ingênua, decidi tentar provar o contrário. Nem sempre ser experiente é bom. Tenho enxergado a experiência como uma bagagem que carregamos conosco ao longo da vida. Quanto mais se vive, maior ela fica. O que não percebemos é que às vezes essa bagagem começa a pesar em nossos ombros. E esse peso acaba alterando nossa maneira de pensar e mudando nossas atitudes. Certo. Talvez mudemos pra melhor, mas ainda acredito que ela pode ser, pelo menos um pouco, negativa. Por exemplo, em matéria de relacionamentos, acredito que a experiência pode bloquear ou até intervir. Olha o que fazemos hoje em dia quando conhecemos um novo paquera. Investigamos tudo. Queremos saber se ele tem boas condições de vida, se é realmente solteiro, se tem filhos, onde mora, o que faz, se estudou, se é de boa família, com quem divide o apartamento, quem são os amigos... Enfim... Toda uma lista que mais parece que estamos preenchendo um cadastro para adquirir um novo cartão de crédito. Se bobear, nem o cartão de crédito pede tantas informações. “Não é necessário comprovante de renda...” O que eu quero dizer é que talvez, nessa fase da vida, o amor tenha se tornado um pouco burocrático. Se você analisar, vai perceber que foi muito mais fácil começar o primeiro relacionamento de sua vida do que os posteriores. E ponho a culpa na experiência. Sem experiência eu fico mais leve. Não analiso, não testo, não comparo. E não sou analisada, testada ou comparada. Fico tranqüila. Sem experiência eu não premedito. Só ajo conforme as coisas acontecem e não antes delas acontecerem. Sem experiência não há pressão. Nem do outro com você, nem de si mesma. Sem experiência não há preocupação. Nós temos muito mais medo depois de passarmos por situações em que ele se fez presente. Sem experiência eu sonho mais, aproveito mais e por tanto, sou mais feliz. Para terminar, deixo meu último argumento em forma de pergunta: “Como dar início ao futuro, com o pé preso ao passado? É isso... Eu... zerei. ...

15/10/2009

Versinho

"Não dá pra viver e explicar ao mesmo tempo"
Carlos Wizard
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Feita(o) pra homens

Imagine um dia em que tudo está bem. Você está linda, o dia está lindo, fresquinho. Na arrumação para o trabalho você vê a grande oportunidade de usar aquele sapato novo que comprou há alguns dias. Você sabe que ele vai apertar um pouquinho, mas é normal. Sem problemas! Então, você começa a fazer sua habitual caminhada para o serviço. Nada poderia estragar o seu dia... Quase nada. À medida que você anda, repara que logo a frente seu vizinho resolveu madrugar e quebrar a calçada. Enquanto se aproxima você calcula mil maneiras para não pisar naquele espaço. Mas não tem jeito. Em segundos, você está em cima de pedrinhas e areia fofa. Você aperta os olhos no intuito de fingir que aquilo não está acontecendo, mas já foi. O sapato foi batizado, sujou e se bobear, lascou. Você respira... Se abaixa mais ou menos para tirar a poeira, mas segue em frente, vai ter que esperar chegar ao escritório para limpar direito. Eis que mais a frente, você é obrigada a caminhar por uma calçada feita de pedrinhas portuguesas, uma idéia charmosa do novo prefeito. O que não é tão charmoso é o fato das pedrinhas serem estranhamente, senão, propositadamente, mal colocadas, deixando pequenos espaços entre cada uma delas. Resultado?! Você sente o salto estreito do sapato agarrando em um dos vãozinhos e... Você está presa ao chão! A raiva sobe... Você transpira... Xinga alguns nomes em silêncio... Respira fundo... Mas você não vai fazer uma cena. Com toda a sua delicadeza, você consegue retirar o sapato do buraco e não precisa olhar, você sabe que o salto descascou. Pra você, o dia passou de lindo para um inferno. E você nem chegou ao trabalho. “Também... O que mais poderia acontecer?” Respire fundo... Pois você não vai acreditar. Seu circuito a pé é de apenas 10 minutos, mas você ainda precisa cruzar uma linha férrea para chegar a seu destino final. E é exatamente lá que você repara num grupo de homenzinhos de capacetes e blusas laranja carregando pás, carrinhos e outros materiais. O que isso significa? Que o local por onde você pisará está cheio de areia preta, piche e poeira de asfalto. Vencida. Você caminha pelo terreno com todo o cuidado para não levar um tombo e até tenta suavizar os danos ao sapatinho, mas esse, já está de uma cor completamente diferente daquela que você escolheu na loja, e já não combina com o restante do seu modelito. Sua cabeça ferve... Você não consegue pensar em nada... Mas infelizmente consegue ouvir um trabalhador comentar com o outro “nossa, só tem mulher linda nessa cidade”. ...

12/10/2009

O efeito Chocolate

Num desses meus novos fins de semana solitária resolvi parar de bobeira e parar de esperar as amigas quererem sair. Resolvi encarar a vida noturna mesmo sem companhia. Não agüentava mais ficar em casa, assistindo comédias românticas que só me faziam afundar numa fossa sem fim. Dei uma olhada nas opções e decidi ir para uma festa no meu bairro. Eu sei, não era bem uma balada, mas um passo de cada vez, certo?! Além do mais, não precisaria de carro (nem de amigo motorista), não ia parecer tão estranho eu chegar sozinha, a festa tinha música, boa comida e era muito provável que eu encontrasse algum vizinho ou conhecido com quem pudesse papear. As coisas, como você já deve imaginar e como tudo nesse blog, não saíram bem do jeito que eu queria. Rodei pelo salão umas duas vezes e não vi ninguém, nenhum grupinho conhecido com quem pudesse me juntar. No início isso não me chateou. Vi muita gente mais jovem do que eu, se divertindo, vi muitas famílias e muitas crianças. Fiquei contagiada por aquela sensação e fiquei tranqüila. Na maior naturalidade, sentei em uma tenda para tomar um caldo bem quentinho e ver as pessoas passarem. Foi aí que comecei a reparar que as pessoas em volta estavam olhando pra mim, como se eu fosse uma alienígena. Minha reação nessas horas é sempre checar a minha roupa, sou mestre em derramar comida, principalmente caldo. Mas infelizmente, não havia nada, eu estava limpinha. Sim, infelizmente, porque agora só havia um motivo para eles estarem me encarando, era porque eu estava sozinha. Aquilo me consumiu. Como um olhar apenas pode ser tão cruel? Terminei de comer e antes que tivesse uma indigestão saí da tenda e fiquei andando sem rumo pela festa. Não queria voltar pra casa, se eu voltasse era como se eles tivessem me vencido. Porém, não havia mais nada pra eu fazer lá. Se ficasse acabaria invejando a vida dos outros e comendo dezenas de coisas engordativas. ― Engordativas?! Onde será que fica a barraca de doces? Já tinha passado por ela várias vezes, mas quando estamos transtornados não enxergamos nada. Bastou abrir os olhos e levantar o rosto para encontrá-la. A Barraca das Formiguinhas é como um sonho. Colorida, mesa farta, pessoas sorridentes por motivos óbvios: Tortas, pavês, bombons, palha italiana... Chocolate, morango, maracujá, nozes, coco, abacaxi, limão, chocolate, chocolate, chocolate... Uhm... Foi uma boa idéia. ― Uma torta alemã, por favor! ― uma das minhas prediletas, chocolate, com creme e biscoito. Na primeira colherada fechei os olhos para expressar como aquilo estava gostoso. Na segunda, senti um arrepio, uma brisa que corria por dentro do meu corpo. Uma sensação gostosa... Na terceira colherada, senti meu rosto esboçar um sorriso, na quarta eu estava sorrindo e feliz. Extasiada, comecei a olhar em volta. O efeito me caiu como uma droga. Tudo estava bem de novo. Era como se eu tivesse entrado na festa novamente. Terminei meu pedaço de torta e enquanto pagava puxei papo com uma das vendedoras. Um grupo de amigos que ouvia resolveu entrar na conversa e se juntou a nós por alguns minutos. Mudei de barraca em busca de um refrigerante, balançando no ritmo da música que tocava. As pessoas ainda me olhavam, mas desta vez podia perceber que elas comentavam como eu estava bem, e que não ia demorar muito pra alguém vir me fazer companhia. Eu sorria, simplesmente sorria. No fundo, eu sabia que não era o chocolate que tinha me feito mudar de atitude, mas era um delicioso pretexto. ...

06/10/2009

Sete "As"

Auto-avaliação e Aprendizagem A solterice não existe só pra curtir festas e beijar várias bocas descompromissadamente. É preciso tirar um tempo pra si, pra cuidar de si mesma e se auto-avaliar. Refletir sobre as coisas que fez, perceber os erros que cometeu e aprender com eles. Isso nos fortalece, e não nos deixa agir da mesma forma dali em diante. Arrependimento Não deveria haver espaço pra arrependimento. É difícil, eu sei, mas o arrependimento só é valido se você for voltar atrás em suas decisões (e se ainda tiver tempo para voltar e quiser voltar, volte, não há nada errado nisso). Se esse não é o seu caso, lembre-se que arrepender-se gera tristeza, e esse é um sentimento que não deve acompanhar a vida de uma solteira. Faz um mal danado! Absolvição É preciso se perdoar. Antes de seguir em frente, livre-se de toda a culpa e perdoe-se. Adequação Um amigo me disse uma vez, “quando estamos com outra pessoa, esquecemos o que somos e do que gostamos”, e ele está certo. Gastamos muito tempo nos adaptando aos gostos e desgostos dos outros, mas agora é hora de readequar-se. Aproveitar esse tempo para relembrar quem você era e voltar a fazer as coisas que tinha esquecido que eram tão boas. Volte a ser você. Ação Ficar parada não leva ninguém a lugar nenhum. Se você já analisou seus erros, já aprendeu com eles, percebeu que arrepender-se não vale a pena, se perdoou por tudo que fez e já se reencontrou na vida, você está preparada pra seguir em frente e aproveitar. E eu ainda não falo dos beijos e das baladas. Mas aproveitar para agir, se empenhar no trabalho ou mudar de carreira, passar mais tempo com a família, botar em prática metas que antes não conseguia porque dividia seu tempo com outras coisas. Agir em prol de si mesma, ou em prol de outras pessoas, nos faz sentir bem também. Amor Por fim, você está liberada para amar! Está pronta para amar a si mesma, amar sua família, seus amigos, sua nova vida e quem sabe um novo alguém. Ah! As baladas e os beijos já estão liberados... Vá se divertir! ...

04/10/2009

Experimentando

Encontrei com uma amiga para almoçar: ― Minha nossa! Que noite! ― Ela esbanjava um sorriso realmente feliz. ― A noite foi boa? O que aconteceu? ― Eu conheci vários caras diferentes, todos chegaram em mim! ― Uau! Que poderosa! Me conta! ― Foi incrível! Foi maravilhoso! Eram belos, machos, sozinhos, interessantes, lindos... ― Sério?! ― Sério! Só tinham alguns que não eram bem o que diziam, mas acontece. ― Uhm... Mas e aí?! ― E aí que eles não me davam sossego! Queriam conversar, queriam me levar pra um lugar reservado, queriam me conhecer melhor, queriam tudo comigo! ― Como assim tudo?! ― É... Tinham alguns que estavam interessados só nos finalmente. ― Entendi. Mas como foi isso? Um sabia do outro? ― Ah sabia! É normal isso lá! ― Como assim?... ― Ih! Super normal! Todos chegam em todo mundo!... Ai ai... O único problema foi hoje de manhã. ― O que houve? ― Eu não sabia quem era quem. ― O que?! ― Arregalei os olhos de preocupação... ― Sério! Eu não sabia se o belo era o Carlos ou se o sozinho era o César. ― Amiga onde é que você passou a noite? ― Ué, numa sala de bate-papo! ...

27/09/2009

Superstição

Em uma conversa com uma amiga, tentávamos entender porque certas coisas aconteciam comigo: ― Analisemos então. Você já quebrou algum espelho? ― Já, mais de um. ― Passa debaixo de escadas? ― Passo. A não ser que haja perigo, vai que alguma coisa cai na minha cabeça. ― Uhm... O que faz quando vê um gato preto? ― Carinho! Tenho dois em casa. Adoro. ― Já pisou no rabo de algum? ― Claro! Várias vezes. ― São sete anos sem casamento para cada uma dessas vezes. ― Ãhm?... ― Já colocou a aliança de outra pessoa no seu dedo? ― Já sim, por quê? ― Porque quem faz isso não casa! ― Ah... ― Você costuma comer o último biscoito do pacote? ― O que isso tem a ver? ― Come ou não come o último? ― Não! Sempre me sinto cheia quando chega o último. Sempre deixo. ― Quem deixa o último, não casa. ― Ah... ― Abre sombrinha dentro de casa? ― Preciso mesmo responder? ― Fica pra titia. ― Já varreram seu pé? ― Já, já. E já sei também, não caso né! ― É... ― ... ― Confia em Deus? ― Mais do que tudo! ― Então tá tranquilo... ― Uffaaa... ...

25/09/2009

Balada não, Batalha!

Tem solteira que encara uma balada com a pior das intenções. Nada daquele papo de “eu vim pra dançar” ou “estou aqui pelos amigos”. Tem solteira que sai de casa com um propósito claro e direto, “eu vou atrás de um homem pra chamar de meu!”. E pronto.
Não demorei muito a chegar a essa conclusão. Presenciei uma cena onde tudo ficou absolutamente claro, apesar do breu da casa noturna:
Havia uma fila de homens encostados ao corrimão de uma escada que ligava a pista superior da balada à pista inferior, de onde eu observava o ambiente. Foi quando um grupo de cinco mulheres se aproximou da escada e atraiu a atenção de todos.
Os homens pareciam coiotes, babavam. Eles as cercavam, tentavam “chegar” nelas, tentavam “tirar uma casquinha” de cada uma delas. Um deles ficou tão hipnotizado que quase derrubou a cerveja nas pessoas do andar debaixo.
O motivo? Barrigas, ombros, pescoços, costas e colo amostra, brincos enormes, vestidinhos esvoaçantes, piercings, cabelos lisos, colares, saias curtas, salto alto, cada uma com um pouquinho de cada. A cena passava por mim como em câmera lenta. Meus olhos foram seguindo o movimento até chegar em mim mesma, e me deparar com a minha roupa: Uma bata que cobria toda a minha silhueta, jeans e salto mediano. Era óbvio que naquela noite eu não ia conseguir nada! Não daquele jeito!
É cruel. Temos que admitir. Mas a balada é, na verdade, uma batalha. E elas estão armadas. Ao invés de espadas, unhas vermelhas, ao invés de armadura, estampas de onça, ao invés de protetores na cabeça, maquiagem, gloss! Ao invés do ringue, uma pista de dança.
Ah! E os inimigos? São as outras, ou seja, nós mesmas.
Então se é guerra? Guerra será!
Numa balada depois desse episódio, comprei uma blusa com estampa de leopardo que deixa o colo amostra sem ficar vulgar. Descobri que o lance era deixar pelo menos uma parte do corpo vulnerável, ou o colo ou as pernas, os dois, não dá! Preciso dizer quem venceu a batalha dessa vez?
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Fato

Por que que aquele homem que antes você venerava e agora tem ódio mortal por eventualidades da vida, é o que mais te conhece e mais sabe exatamente o que vc pensa?

23/09/2009

Primavera

A vida é muito engraçada, pra não dizer dramática. Ontem mesmo comentava com colegas de trabalho sobre a primavera. Como é linda! “A estação do amor!”, eu dizia as amigas enquanto planejávamos a decoração. Pois hoje começa a primavera. Meu coração deveria estar tão florido quanto os jardins vão ficar daqui a alguns dias. Mas as coisas não saem sempre como a gente quer. E essa estranha mania de achar que as pessoas não podem mudar tem que acabar. Assim como a vida, como as estações, as pessoas também mudam. Talvez não no tempo em que você queria que a mudança acontecesse, mas elas mudam. E hoje é dia de mudança. Hoje a primavera começa. Hoje um novo ciclo se inicia. E eu espero que eu não precise que mais alguém mude, para que eu mude. Que a primavera de vocês seja linda, e a minha também. “Todas essas coisas acontecem por uma razão Não se vá e jogue tudo fora Tenha o seu, quando a estação mudar”. (Corinne Bailey Rae – Seasons Change) ...

18/09/2009

Ditos populares

“Quem vê cara, não vê coração” “Beleza, não põe mesa” “Quem não tem cão, caça com gato” “Quem ama o feio, bonito lhe parece” “Nem tudo que reluz é ouro” Conhecem todos esses ditados certo? Pois eu os tenho ouvido muito mais do que uma música hit no rádio. É como um estranho fenômeno, um complô, onde todas as mulheres/amigas casadas, noivas e namoradas insistem em citar esses ditadinhos para as pobres balzaquianas, solteiras encalhadas. (Como odeio essa palavra!!) E a pobre solteira que já não tem muita esperança, ouve aquilo e fica se perguntando: ― Será que não há mais homens solteiros gatos por aí? Será que só sobraram os feios? Ou pior: ― Será que os feios são melhores que os gatos? Será que não devemos dispensar um feio, só porque o achamos feio? Não!... Não me conformo! Pois ontem, para complicar ainda mais essa matemática, durante uma conversa entre amigas, debatíamos o término do namoro de uma conhecida. A namorada era muito bonita, independente e trabalhadora. O namorado era gente boa, trabalhador, mas feio... Muito feio! Acontece que o cara pisou na bola. E analisando a situação, uma de minhas amigas concluiu: ― Pra você ver, nem os feios estão prestando mais! E agora?! Estamos perdidas mesmo.

16/09/2009

Mãos

Andar de mãos dadas é, pra mim, a maior prova de amor entre um casal. É um sinal de carinho, de afeto, de segurança. Se alguém te estende as mãos, você sabe que pode confiar e se apoiar. Pelo menos deveria ser sempre assim. Eu andei de mãos dadas com a mesma pessoa, pelos mesmos caminhos, por quase oito anos da minha vida. Mas por uma mudança nos meus planos, nos planos do destino, fiz meu coração ficar vazio, e minhas mãos também. Não havia mais quem me apoiasse, não havia mais quem me segurasse. Teria que seguir pelos mesmos caminhos, sozinha. Foi aí que adquiri um estranho hábito que me fez descobrir o poder “das mãos dadas”. Voltando pra casa, depois de mais um dia de trabalho, reparei que andava pelas ruas com os braços juntos ao corpo e com as mãos fechadas. Mas não simplesmente fechadas, eu prendia o dedão por entre os outros dedos e apertava com força. Era como se eu estivesse tensa, tão tensa a ponto de machucar as palmas das mãos com as unhas. Não demorei muito a compreender porque estava fazendo aquilo. Inconscientemente, eu buscava em mim uma forma de segurança, uma forma de proteção. E ao mesmo tempo, percebi como sentiria falta de ter uma outra mão junto da minha. Era medo, insegurança e solidão. A partir daqueles dias passei a me policiar. Toda vez que me pegava com as mãos travadas, respirava fundo e ia abrindo-as lentamente. A decisão era minha, então sozinha eu teria que continuar. E fui aprendendo. Cada vez que abria as mãos, ia experimentando um pouco de liberdade. Comecei a gostar de sentir o vento atravessar meus dedos. E no final das contas, perdi o medo de andar de mãos abertas. ...

10/09/2009

Despedida

Antes dela partir, ele pediu: ― Eu quero sentir o gosto da sua boca, pela última vez. Ela olhou fundo em seus olhos. Levantou o corpo em sua direção sem perder o contato visual. E em dois segundos, que mais pareceram uma eternidade, ela estava cara-a-cara com ele. Havia um silêncio no quarto. A única coisa que se ouvia de forma abafada era o som da respiração dos dois. E quando as bocas estavam prestes a se tocar, ela pediu: ― Feche os olhos. Ele fechou. Sem mover um centímetro de seu corpo e sem que ele percebesse, ela alcançou a bolsa que estava apoiada em seu ombro e tirou de lá um batom. Olhando para os olhos fechados dele, ela abriu o batom e o esfregou desordenadamente na boca dele. ― Mas o que é isso? ― Ele gritou afastando-a com um dos braços e se limpando com o outro. ― Não queria sentir o gosto da minha boca, pois aí está! É tutti-frutti. Ela fechou o batom, virou-se, e nunca mais voltou. ...

09/09/2009

Quem procura, acha?!

Viajei para São Paulo em minha última semana de férias em busca de novos rostos. Para ser mais honesta e objetiva eu estava atrás de novos rostos masculinos que de preferência me embarcassem numa aventura amorosa de um fim de semana. Tinha cansado de procurar o amor da minha vida nas baladas cariocas, onde ninguém quer nada com ninguém. E estava cansada de ficar sozinha. Então, fui na maior esperança! A idéia: Encontrar com minha amiga cantora, super gata, solteira, que com certeza teria “manos” super gatos, solteiros para me apresentar. Aqui vai uma dica, quando viajar para lugares diferentes, tenha a certeza de que o seu plano de viagem é o mesmo de seu host. O plano da minha hostess: Não era o mesmo que o meu. Assim que cheguei, peguei um táxi e fui direto para seu apartamento, bem localizado em São Paulo. ― Vamos pra um super shopping? ― perguntei empolgada. ― Não dá! To tossindo muito, não posso bater perna, pois tenho uma apresentação amanhã à noite! ― Amanhã à noite? Você não me falou nada! Que legal! Mas e hoje o que vamos fazer? ― Hoje vamos ao teatro assistir um musical novo da Broadway, ganhei os convites achei que te interessaria! ― Maravilha! ― Convites de graça, teatro, gente culta, alguns namorados ou casados, mas possivelmente alguns solteiros e de bom gosto! Foi isso que aconteceu?! Claro que não! A maioria da platéia era vovô e vovó! A onde eu estava com a cabeça em pensar que homens solteiros estariam assistindo a um musical da Broadway na sessão da tarde em plena capital! Durante todo o espetáculo tive a sensação de que se alguém gritasse algum número do palco, algum velhinho poderia pular da cadeira e gritar BINGO! Tamanha a quantidade de cabelos brancos no teatro. Que viagem. Mas o espetáculo foi lindo, o ator principal era lindo, suas calças justas também, valeram os convites. Do teatro para um barzinho? Não. Minha amiga não podia tomar friagem e arriscar sua apresentação no dia seguinte. Ok. Eu entendo.Voltamos pra casa. Sem bar, sem manos, só nós duas. Cansada da correria do dia caí na cama e pedi para o dia seguinte ser mais interessante. ― Que Deus me mande um mano tão bonito quanto o ator principal do musical. Mas sem as calças justas. ― Orei. No dia seguinte, passei a tarde arrumando cabelo, unha, roupa... Enquanto minha amiga seguiu cedo para o teatro para o ensaio geral. Tudo perfeito. Na hora marcada peguei um táxi e logo na entrada fiquei de queixo caído! Uma fila enorme, de gente bonita, jovem, saudável, com cara de rica, com a cara da moda, pra todos os gostos e homens solteiros, livres, desimpedidos e... GAYS! Eu não podia acreditar no que eu estava vendo! Eles eram lindos, perfumados, antenados, mas sabiam as músicas de cor e se bobear fariam o coro e a coreografia que rolava no palco! Eu passei um olhar 44 por todo o salão, procurando o meu “mano”, mas não tinha um que já estivesse sem uma “mina” do lado. Quanta decepção. Minha amiga estava linda, arrasou em sua apresentação. Saímos depois, já que não importava mais tomar friagem, conheci um bando de manos que sabiam tudo sobre a Christina Aguilera e a Beyoncé. Foi divertido, até esqueci que estava solteira e sem beijar a décadas. Depois de um fim de semana desses decidi parar de procurar. "Não adianta correr atrás de uma coisa que não está pronta pra receber você" disse um dos amigos purpurinados que fiz por lá. De fato, ele tem razão. Mas se você quer um conselho meu; não vá a um musical da Broadway achando que vai conhecer o homem da sua vida. Não é uma boa opção. ...

07/09/2009

Existe um caminho?

"Tenho vivido com uma sombra sobre minha cabeça Tenho dormido com uma nuvem sobre minha cama Estou sozinha a tanto tempo Presa no passado, não consigo andar pra frente Tenho escondido todas as minhas esperanças e sonhos longe Para caso eu precise deles de novo um dia Tenho separado um tempo a parte Pra clarear os cantinhos da minha mente Tudo o que eu quero fazer, é achar um caminho de volta para o amor Não vou conseguir continuar, sem um caminho de volta para o amor Tenho observado, mas as estrelas se recusam a brilhar Tenho procurado, mas os sinais eu não consigo enxergar Eu sei que está lá Tem alguma coisa para minha alma em algum lugar Tenho procurado por alguém que me illumine E não alguém que me faça passar a noite Eu podia ter alguma direção E eu estou aberta para a sua sugestão."
Trecho da música "Way back into love", parte da trilha do filme Música e Letra.

02/09/2009

Desculpas

Preciso pedir desculpas. Depois de tanta raiva, passei a achar que nenhum casamento, nenhum relacionamento pudesse ser verdadeiro. Estava com raiva, já disse. Achava que ninguém deveria se casar para sofrer, para aturar um marido chato que cobra o tempo todo, ou para agüentar uma esposa que não sabe fazer nada. Era pura raiva, hoje entendo. Desejei que todos que estivessem num relacionamento abrissem os olhos, e vissem, que assim como eu, estariam melhor sozinhos. Eu estava errada. E só percebi isso quando meu olhar cruzou o olhar daqueles noivos. Fixei-me naquele momento tentando entender. E quando percebi senti uma enorme alegria. Era puro amor. Sincero, carinhoso, possível. Não senti inveja daquele casal, mas pedi a Deus para que algum dia, alguém me olhe da mesma forma que os dois se olhavam. E a raiva passou. ...

01/09/2009

Defeitos

Quero saber de vocês: O que ele(a) não pode ter ou ser pra ficar com você? Começo respondendo: Pra ficar comigo, ele não pode ser preguiçoso, nem bobo. Responde aí!!! ...

30/08/2009

Sermão

O padre ontem no casamento passando um sermão nas "Encalhadas", ele disse: - "Os sapos podem virar príncipes" E eu pensava: - "E os príncipes também podem virar sapos". ...

27/08/2009

Mundo Virtual

Vez ou outra me pego olhando sua foto naquele website. Sempre sorrindo, você aparece do nada e me tira o sossego. Fico ali, a dois cliques de você. Meus dedos vacilam e minha mente viaja, imaginando se você não faz o mesmo do outro lado da tela. Mas a vontade se junta ao medo. O medo de você me deixar em branco, sem resposta. O medo de ser bloqueada e te perder pra sempre. Ai... Esse mundo virtual. Seria melhor se te visse na rua. Se pudesse te olhar cara a cara. Te seguraria se preciso, mas não te deixaria fugir. Te falaria tudo o que tenho engasgado aqui. E teria a certeza da veracidade de suas respostas, pelo brilho dos seus olhos. ...

26/08/2009

Eu prefiro as Borboletas

Contos de fadas? Romances açucarados? Não, Daniela nunca acreditou que isso fosse possível. Dizia ser a mesma coisa que acreditar em papai Noel, duendes e bruxas. Alguns amigos diziam que Dani era fria demais, que deveria ter um olhar mais amoroso sobre as coisas. Mas ela achava que isso era uma grande bobeira, que ela tratava quem merecia com carinho e quem não, sinto muito. E realmente tenho que concordar. Daniela era dedicada ao namorado de tantos anos. Ele pelo menos nunca havia reclamado. E ela, também não. Muito pelo contrário, Dani estava convencida, por sua idade e pelo desenrolar do namoro, que se casaria e teria uma família, sem grandes emoções. A linha dessa estória começa a mudar quando Daniela encontrou pela primeira vez o olhar de outro homem. Foi como num roteiro de um filme: “... A sacola de frutas escapa das mãos de Daniela esparramando tudo no meio da calçada. Ela, enfezada, rapidamente se abaixa para começar a reunir o estrago, quando pára para ajeitar os cabelos bagunçados pelo vento e levanta o olhar para ofegar de cansaço. E lá está ele. Pronto para ajudá-la...” Alto, branco, cabelos curtos, bem vestido, magro, o oposto de tudo o ela sempre gostou nos rapazes. O oposto de seu futuro marido. Mas seu charme simplório, sua voz macia, simpatia e prontidão eram de tirar o fôlego. Ele sorriu. Ela agradeceu. Ele pediu seu telefone e ela deu. O celular ficou as vistas de Daniela por dias. O medo de que ele tocasse e a vontade de ouvir o aparelho tocar eram do mesmo tamanho. E ele ligou. Sem dizer muitas palavras, marcaram um encontro discreto. Como se fosse uma carona, eles se encontrariam no meio da rua e sairiam de carro por aí. Conhecem a expressão “Butterflies in the stomach”? Era exatamente o que Daniela estava sentindo. Aquele friozinho na barriga, de tensão, medo, aventura... Borboletas, muitas borboletas por todo o corpo, fazendo a adrenalina do encontro proibido ser ainda maior. Dani tremia só de ver um carro da cor certa passando por ela. E quando finalmente o carro certo chegou, ela entrou e o beijou. Daniela descobriu um mundo novo dentro daquele pequeno espaço. Ouviu elogios que nunca tinha ouvido, descobriu afinidades que achava impossível ter com um homem. Descobriu em si, um romantismo suprimido por anos de rotina e conformismo. E assim eles seguiram por semanas. E quanto mais o tempo passava, mais borboletas Daniela sentia. Antes, durante, depois de vê-lo, só de pensar em vê-lo. Pouco tempo depois, Dani se decidiu. Se antes ela achava que borboletas eram coisas de filme água com açúcar, agora ela tinha várias em seu jardim, esperando que ela abrisse a janela e as deixassem entrar de uma vez por todas. E foi o que ela fez. Mesmo sabendo que poderia estar trocando “o certo pelo duvidoso”, Dani preferiu as borboletas. ― Elas alegram o meu dia, e me fazem sentir como nunca antes. O que você preferiria? ...

23/08/2009

O Segredo

Sabem aquela história de energia? De que tudo que a gente fala e faz, volta pra gente? Acreditam que o universo conspira a nosso favor, ou contra a gente dependendo dos nossos atos? Eu não acreditava, mas estou quase lá. Quando terminei o namoro, várias amigas e pessoas que queriam saber do meu futuro me indagavam sobre a minha opção de ficar solteira a essa altura do campeonato. Mas eu sempre fui firme em minha resposta: ― Não quero gente. Não vou namorar tão cedo! Não quero! ― Mas amiga você rapidamente vai encontrar outra pessoa, eu tenho certeza! ― Eu não quero encontrar pessoa alguma. Eu quero ficar solteira! ― Como assim? Você não quer casar? ― Não! Agora não! To longe disso! ― Amiga será que você vai ser daquelas mulheres que namoram por anos, terminam, e em seguida conhecem alguém e casam em três meses? ― Olha, acho pouco provável. Entendam, eu quero a minha liberdade, não quero namorar agora! E repeti inúmeras vezes. Pra quem quisesse ouvir. Repeti tanto, mas tanto, que eu estou começando a achar que as energias a minha volta acreditaram. Pois não só eu não arrumei nenhum namorado, como não arrumei ninguém! Nem um ficantezinho, nem um casinho! O universo sabe a diferença entre um namoro e um caso, certo? Ou será que eu deveria ter sido específica e ter dito “eu não quero namoros sérios, só casos?”. Não! Não daria certo, porque naquela época eu realmente não queria nada de nada! E agora, 1 ano depois... Nada de nada... Sozinha de tudo! O que é que eu faço?... Já sei! ― Eu ainda não quero namorar sério, mas os pretendentes podem começar a aparecer para que eu possa analisar com calma e fazer a melhor escolha. ― Eu ainda não quero namorar sério, mas os pretendentes podem começar a aparecer para que eu possa analisar com calma e fazer a melhor escolha. ― Eu ainda não quero namorar sério, mas os pretendentes podem começar a aparecer para que eu possa analisar com calma e fazer a melhor escolha. ... ...

20/08/2009

Funeral II

Lembra do episódio do Funeral? Pois bem. Encontrei com meu ex-namorado um mês depois de termos terminado. Dei aquela olhada de cima a baixo enquanto o cumprimentava. O que encontrei? Um par de tênis novos. Droga... Já fui enterrada. Ele me esqueceu.

19/08/2009

Memorando

Queridos homens belos, livres, desimpedidos e cheios de boas intenções. Venho por meio desta, informar-lhes sobre uma nova leva de mulheres disponíveis no mercado. Por isso, é necessário atualizar-los sobre as mudanças neste novo grupo. Estas novas solteiras se encontram disponíveis, porém seletivas. São mais inteligentes, trabalhadoras e independentes por tanto, tenham cuidado na hora de manusear o conteúdo. Se caso decidirem investir, sejam vocês mesmos, não usem estratégias de marketing porque essa marca possui uma central de vendas atenta a esse tipo de técnica. Empreendedores de origem duvidosa serão rapidamente desmascarados. Caso perceba que este é o produto que você vem procurando por toda a sua vida, não perca tempo. Adquira a sua, o mais rápido possível. Neste exato momento a concorrência também está de olho. Grata, União das Solteiras S.A.

17/08/2009

Cafuné

Coisa simples. A mão passa pelos fios do seu cabelo e chega ao coro cabeludo com a suavidade e a força de um massageador. Toque, sensação capaz de arrepiar, acalentar, acalmar, fazer dormir, aliviar as tensões que nos afligem... Só de pensar já me faz sentir melhor. Sinto falta de um cafuné, toda solteira sente. Não digo só de um companheiro. Mas pense nos cafunés da sua mãe, da sua irmã mais velha, da sua avó. Coisa boa. Às vezes, à noite, assim que me deito pra dormir, me pego sem querer fazendo cafuné em mim mesma. Tranqüilizante? Solidão? Não sei. Vejam essa história que uma amiga me contou, sem saber o efeito que causaria em mim: "Num dia desses, um amigo me contou que sua filha de quatro anos, passava, infelizmente, o dia todo dentro de uma creche, na companhia de outras crianças, mas longe dos pais. Por um lado, ele dizia, a menina estava mais confiante, sociável, menos medrosa e cada vez que ela voltava da escola, ele sentia que a menina tinha aprendido alguma coisa nova. “Sinto-a mais esperta a cada dia”, ele dizia orgulhoso, mesmo sabendo que ele poderia ensinar tudo a ela, se os pais não tivessem que trabalhar o dia inteiro. Um dia eu conheci a menina. Havia pegado uma carona com ele para ir a um curso noturno e no caminho a pegamos na creche. Por coincidência, seu nome era o mesmo que o meu. ― Linda sua filha! ― Eu disse no momento em que ela entrou no carro. E ela não era só linda, era realmente sociável e inteligente. Logo que entrou começou a conversar, contando tudo o que havia acontecido no seu dia. Parecia-se comigo, pensei. Mas ela estava cansada. O dia na creche tinha sido agitado e o balanço do carro foi ninando a menininha. Então presenciei a cena que me colocou para pensar e me fez escrever tudo isso. A doce menina encostou-se ao banco do carro e com uma das mãos começou ela mesma a alisar seus cabelos e a fazer cafuné em si mesma. Olhei pra ela assustada. Eu me via, como num espelho. E ela rapidamente percebeu meu espanto e se explicou: ― Carinho pra eu dormir melhor. E seus olhinhos diziam: ― Não se preocupa tia, já estou acostumada a ficar sozinha."

14/08/2009

Pra peão ver?!

Eu estava MA-RA-VI-LHO-SA! Sem falsa modéstia, eu estava um arraso mesmo. Linda, linda, linda. Não me lembro pra onde eu ia, mas estava linda. Saí de casa na maior esperança de encontrar o homem da minha vida. Ou de pelo menos encontrar um pretendente ao cargo. Ou de pelo menos encontrar um novo ficante. Ou de pelo menos encontrar um atual ficante. Ai... Eu queria ver alguém. E queria que alguém me visse. Queria tanto, mas tanto que na primeira esquina que virei eu ouvi: ― Gostosa!! E na segunda esquina: ― Oooo mulherão. E na terceira rua: ― Isso aí lá em casa... E na quarta esses “elogios” passaram a ter as terminações “uda” e “ão”. E ainda vinham acompanhados de “me deixa isso” ou “eu queria aquilo”. Aaaah! Socorro! Eles não tinham nada de príncipes encantados. Eram das piores espécies de peões! Daqueles que evitamos até passar na mesma calçada porque sabemos que vamos ouvir alguma coisa. Eu sei que tem mulheres que gostam. Que acham que esses homens que ficam zanzando pelas ruas são o termômetro da beleza feminina. Têm alguns até engraçados. Mas na maioria das vezes, eles são extremamente grosseiros e acabam com nosso bom humor. Eu queria me esconder. Fiquei cismada achando que minha roupa pudesse estar reveladora demais. Mas não estava! Eu juro! Mas mais chateada ainda eu fiquei ao perceber que não havia só peões na rua aquele dia. Havia homens interessantes, bonitos e cheirosos, mas esses, não estavam dando a mínima pra mim. Como diz Ingrid Guimarães: Isso é glamour?

12/08/2009

O Funeral

A primeira coisa a fazer quando se termina um relacionamento que com certeza não tem volta é realizar um funeral. Enterrar de vez tudo o que te lembre do ex, faz parte do processo de desprendimento. Sim, ele agora é ex. E esse é o primeiro passo. Reconhecer-lo como tal. Façamos então, um modelo de funeral americano. Demorado, com cerimônia e classe. Retire todas as fotos de vocês do quarto e da casa. Separe as dos álbuns, guarde se quiser, jogue fora se achar melhor. Mude as coisas de lugar. Onde antes você tinha uma foto dele, reorganize a mobília para não lembrar que aquele lugar já pertenceu a ele. Livre-se dos arquivos de computador. Pastas e fichas com seu nome, cartinhas, e-mails, conversas de MSN, delete! Sites de relacionamentos? Se realmente lhe incomoda vê-lo online, aperte o botão de bloqueio, sem sofrimento. Em seguida, iniciamos a melhor parte. O momento de se presentear. Mas não vá pensando que você vai sair por aí gastando os tubos pra extravasar a raiva contida. Tem que ser inteligente. Senão, gastamos o que não temos e acabamos numa depressão só e o ex ainda vai pensar que estamos sofrendo por ele. Seja cautelosa. Abra o armário e escolha alguma coisa que você possa jogar fora e comprar uma nova. Alguma coisa que te lembre o ex. Uma peça simbólica. No meu caso, um par de tênis que tinha praticamente a mesma idade do meu relacionamento. Destino? Lixo! Dinheiro? Tênis novos! Vida nova, novas calçadas para andar. Boa compra. Mas o funeral ainda não acabou. É hora de cuidar do seu visual. Afinal, a viúva é a estrela da festa. Pense no que seu ex mais gostava em você. E então analise duas opções: deixar mil vezes mais bonito(a) ou simplesmente deixar do jeito que ele mais odiava! Eu explico. Cabelos compridos! Como ele amava meus cabelos compridos. Mas pra mim eles me pesavam nos ombros, no bolso e na paciência. Eram lindos, mas nunca me importei de cortá-los, deixava crescer por ele, porque ele gostava. O que foi que eu fiz? Escolhi a segunda opção. Passei o dia no salão e cortei tudo! Leve, curto e repicado, no meu estilo mais rebelde. A minha maior expressão de liberdade. Livre, muito livre! E para finalizar, como todo funeral americano, há uma festa. De que adianta toda a preparação se não houver uma festa. “Vamos beber o defunto”, o povo diz. Então, vamos celebrar uma nova fase, junto aos amigos, com uma boa bebida, muito alto astral, cabelos novos, tênis no pé, micareta fora de época, to indo, beijo...!

09/08/2009

O Ministério da Literatura adverte:

1 - Nem todas as estórias contidas neste blog são verdadeiras; 2 - Nem todas as estórias partem diretamente da vida da autora; 3 - Nomes são sempre trocados e as fontes preservadas; 3 - Se o conteúdo lhe parecer familiar, é a vida! Mera coincidência (rs); 4 - Nem sempre o que é bom pra um, é bom para o outro, então, se seguir os conselhos que esse blog possa vir a dar, é problema seu!

Uma conclusão

"Nunca faça um feio feliz, você pode acabar se apaixonando por ele."

07/08/2009

A lista

Johnny era um dos solteiros mais lindos e cobiçados daquela pequena cidade. Tinha decidido há anos que não seria mais namorado de ninguém. ― Sou eternamente solteiro. ― Ele dizia. Eu nunca acreditei, sempre achei que ele ainda não tinha encontrado sua metade. Mas ele batia no peito e insistia que “relacionamentos, não mais”. E na verdade, ele parecia não precisar. As moças mais atiradas caíam a seus pés. Faziam fila se fosse necessário. Não tinha um fim de semana que se visse Johnny sozinho. E nunca, nunca mesmo, Johnny repetia a eleita. Era apenas uma vez, sem compromisso, sem vínculos, só por prazer e tchau. Diziam as más línguas que Johnny guardava consigo uma lista. Uma lista com o nome e alguns detalhes de todas as mulheres que já tinha levado para a cama. E Johnny era estratégico e paciente. Às vezes conquistava a mulher que queria em segundos. Outras, demorava e curtia a paquera. Mas sempre conseguia o que queria. Suas preferidas eram as novas solteiras. Aquelas que tinham acabado de terminar um namoro e que, ainda um pouco confusas com uma separação, eram mais vulneráveis. Há algum tempo ele vinha tentando conquistar Marta. Uma mulher simples, mais muito bonita e trabalhadora. A razão do interesse? Ela tinha terminado o namoro. Os dois conversavam quase todos os dias. Ele insistia para que se encontrassem, mas ela ainda não se sentia segura para ter qualquer intimidade com um cara que não gostasse ou amasse. Johnny dizia que gostar não era importante e que era para ela curtir o momento, curtir a aventura. Papo de conquistador. Como Marta estava se sentindo um pouco sozinha, e Johnny sabia que isso ia acontecer, ela acabou cedendo e caindo em seus braços. No dia seguinte, a cidade estava rodeada de fofoca. Não pelo encontro em si, mas por causa de uma lista. Sim, a lista existia. Johnny havia prometido aos amigos que quando chegasse a mil mulheres, divulgaria para quem quisesse ver a tal lista, revelando os nomes e detalhes de todas aquelas que ele já tinha se envolvido. E parecia que todas as mulheres daquela cidade já tinham ido para a cama com ele. Eram Marias, Anas, Rafas, Priscilas, Sabrinas, Carolinas, Tatis, Robertas,... Uma lista imensa. E lá no final, o nome de Marta se destacava. Ela era o número mil. Aquilo consumiu Marta de raiva. Bem como todas as mulheres que pertenciam a lista. Algumas não ligaram, mas a maioria declarou guerra. Elas arranharam seu carro, jogaram ovos podres na janela de seu trabalho, fizeram caricaturas na internet, vetaram seus amigos, os excluíram de todas as festas, e logicamente, saíram pela cidade dando detalhes do desempenho de Johnny... “E o tamanho ó!”. Mas Marta foi mais inteligente. Avisou a todos que era a vez dela de divulgar uma lista. E no topo dessa lista estava escrito: ― Lista de homens que transei sem carinho, sem amor, sem paixão. E no meio de um papel em branco, se via em caixa alta: ― JOHNNY ―

Dilemas

Sempre queremos o que não temos. E agora tenho dois. Um quer ir pra esquerda. O outro quer ir pra direita. E eu quero ir pelo meio.

04/08/2009

E Madonna disse...

"Não escolha o segundo melhor, coloque seu amor a prova... Faça-o expressar o que sente e então você saberá se o amor é verdadeiro". "Então, se esse não for o momento, parta pra outra. O segundo melhor nunca é suficiente, você se vira melhor sozinha". Trechos traduzidos de Express yourself, música da Madonna lançada em 1989. Sábia Madonna...

02/08/2009

Balada x Maturidade

Primeira balada com as amigas depois de anos agarrada a um namorado que me sufocava! Mal podia me conter de tanta ansiedade e expectativa. Coloquei a roupa mais sexy, o perfume mais cheiroso, liguei o rádio para entrar no clima e viajei... Voltei para os meus tempos de solteira/adolescente (antes do namorado) e me lembrei de como era bom! Naquela época, saíamos com destino certo, mas com a noite incerta, tudo podia acontecer. Saíamos com algum amigo mais velho, que estava habilitado para dirigir, ou nos amontoávamos em uma van. Uma galera imensa. Ligávamos o rádio e seguíamos cantando e rindo até a boate mais distante. Porque mais distante era mais divertido. Não ligávamos se havia cinco, seis ou até sete amigos socados em um único carro. Sempre tinha espaço pra mais um e sem reclamações! Era tudo lindo! Meu relógio marcou 22 horas! Senti até arrepios!! Quanta adrenalina. Mas as coisas não aconteceriam exatamente como eu estava visualizando. A gente cresce. E minha idéia de balada com as amigas estava prestes a mudar. Foi exatamente assim que aconteceu: Buzinaram. Eram minhas amigas. Já não precisávamos mais de um motorista, tínhamos idade suficiente para nos guiarmos sozinhas. Lotamos o carro? Sete? Nem pensar, cinco só; lotação esgotada! Mas éramos cinco mulheres lindas. E fomos. Começamos a fofocar, a distribuir os “chicletinhos”, ligamos o som e aí surgiu a pergunta: ― Pra onde vamos? ― Pro lugar mais perto! Pra ficar mais fácil de voltar! ― uma delas se adiantou. ― Também prefiro! Mas muda essa rádio pelo amor de Deus! Não agüento essa batida “Tum, Tchi, Tum” na minha cabeça! ― Pode abaixar também, por favor, tá muito alto. ― To morrendo de sono, trabalhei igual a uma doida hoje. ― um bocejo longo. ― Eu também. ― Eu também. ― Eu também. Pra não ficar diferente eu disse: ― Eu também. E seguimos, felizes pra balada, em silêncio. Cada uma com seu pensamento. "― Minha cama estava tão quentinha... Isso já era hora pra eu estar dormindo, tenho um almoço amanhã..." "― Preciso comprar o presente de aniversário da Rebeca, devia ter tirado um extrato hoje cedo..." "― Detestei essa escova, porque é que eu não fui ao salão de sempre..." "― Hoje eu arrumo um namorado, não é possível... E vou beber, elas é que tirem no palitinho quem vai trazer a gente de volta!" "― Onde eu fui me enfiar..." ― esse pensamento era o meu, logicamente. Foi aí que surgiu uma faísca de esperança. A motorista nos perguntou: ― Viaduto à frente! Com ou sem emoção? ― Sem!! ― Sem emoção! ― Sem! Acabei de jantar! ― Elas responderam quase que em uníssono. Eu não tinha outra escolha senão vislumbrar aquilo tudo e cair na risada. Não havia dúvidas de que estávamos maduras, mais velhas, mais experientes, mais cansadas e mais... Caretas! Descobri naquela noite que aquele tempo tinha passado. Mas também descobri que existe todo um mundo novo para ser vivido. E que muitas aventuras ainda virão. A balada, no final das contas, foi muito boa. Não tínhamos hora pra voltar pra casa, não tínhamos destino certo, nem sabíamos se voltaríamos juntas! E com certeza não vou ouvir broncas dos meus pais quando eu chegar em casa. Esquece o passado! Eu prefiro o hoje!

Pensamento

"Ao mesmo tempo em que busco minha independência e ameaço abrir minhas asas rumo a liberdade, sinto o medo de ficar sozinha, de não ter quem zele por mim, quem vigie meu sono e que testemunhe minha vida." ...

30/07/2009

A segunda primeira vez

Durante uma conversa pelo MSN ele me disse: ― A segunda primeira vez de uma mulher é sempre mais cautelosa que a primeira. ― Sério? Posso saber por quê? ― retruquei curiosa já que ele sempre se mostrou entendedor dos mistérios femininos. ― Porque na primeira vez a mulher está preocupada consigo mesma. Ela não sabe bem o que tem que fazer ou como vai acontecer, não sabe se vai sentir dor, como será tratada... ― Ok, concordo. ― Na segunda primeira vez (aquela que é a primeira vez com um homem diferente) a mulher já sabe tudo o que tem que fazer, então ela se preocupa com ele. Se ela vai agradá-lo, se ele vai gostar do seu corpo, se será aprovada ou comparada com outras... ― Ok, concordo. ...

29/07/2009

Papo de interior

Há pouco voltei de uma viagem a São Paulo. Adoro viajar, conhecer lugares e pessoas diferentes. Mas sempre que vou, sinto tristeza. A tristeza de deixar as pessoas que gosto pra trás. Nem que seja por pouco tempo. E sempre que retorno sinto agonia. Uma agonia que pra mim quer dizer “fica, você não deveria estar indo”. Adoro minha cidade. Nasci, cresci e vivo aqui. Mas apesar de estarmos com quase 200 mil habitantes e dizer que somos modernos, ainda temos cara e espírito de interior. Temos hora pra acordar, hora pra tomar café da manhã, almoçar, jantar e dormir. Temos idade certa pra brincar na rua, idade pra começar a sair, a namorar, idade limite para casar e ter filhos e idade certa pra ser avô. Nossos passos são monitorados, assim como nosso peso, nossas atitudes e palavras. Aos meus 27 anos, na visão interiorana, eu deveria estar casada, com dois filhos, com uma profissão bem resolvida ou então somente cuidando do lar. Tente explicar a eles que você não quer se casar agora, ou que está casada, mas não pretende ter filhos, ou que gosta de almoçar às 4 da tarde e que não se importa que seu cabelo seja roxo. Explique a eles que você é cantor profissional ou então que tem qualquer outra profissão que não seja engenheiro, médico ou advogado. É difícil. Qualquer coisa que saia do padrão numa cidade de interior é taxada pelos seus próprios habitantes. Nem sempre por maldade, eu mesma já julguei e falei dos outros sem entender primeiro. E os questionamentos vêm de todos, não pensem que só dos mais velhos. A verdade é que não sei se meu estilo de vida pertence ao lugar onde moro hoje. Pelo menos tenho meus olhos abertos para enxergar o que tem lá fora. E posso desfrutar desse conhecimento de uma forma positiva. ...

27/07/2009

Gatos na cama

Desde que criei o blog venho recebendo comentários curiosos e suspeitos sobre o título que escolhi. Por isso, uma explicação rápida: Adoro gatos! Tenho três deles. Três machos. Grandes e parrudos. Mas apenas um deles dorme na minha cama, comigo. Continua curioso e suspeito né?! rs desisto. ...

21/07/2009

Falando em velhice

Meu pai chegou a seguinte conclusão hoje: - A aposentadoria para o homem é a mesma coisa que a menopausa para a mulher. ...

O sofrimento do Celular

Afirmo com todas as letras: O celular sofre! Durante uma briga, o celular é obrigado a ouvir os gritos irritantes e agudos da mulher traída, enquanto um outro aparelho se sufoca com o bafo de onça (entenda-se cachaça) do marido infiel. É o celular que será atirado contra a parede caso a mulher desligue dizendo que não está satisfeita e que vai arrumar outro homem. É ele também que é largado na mesa quando a mulher percebe que seu gato está rodando na balada com outra gata e ela sai furiosa procurando as amigas deixando tudo pra trás. Ele certamente será apertado, socado, xingado e amaldiçoado se estiver fora de área, sem bateria ou se por qualquer outro motivo deixar de funcionar. É o pobre do celular que fica tonto de tanto girar que nem roleta na mesa do bar quando a noite tá fraca. É ele que fica com mancha de batom, que ganha banho de cerveja, de banheira, que tomba no chão, que vai parar na boca do filho que não tem com o quê brincar enquanto a mãe solteirona espera o valor da conta do supermercado. São suas teclas que são apertadas com toda a força do homem irritado com o sumiço inesperado da patroa, justo na hora que ele precisava do carro. É ele que é silenciado ou desconectado quando a amante chega. E enquanto isso, um outro fica desesperado tentando encontrar o traidor, achando que possivelmente se envolveu num acidente de trânsito. Imagina se o celular pudesse contar tudo que ele realmente ouve? Quando se é solteiro a estória muda. Ou melhor, mudo, sem uso, inútil. Ninguém liga, ninguém atende. Ele é jogado para escanteio. Sua bateria dura dias. Suas luzes quase não se acendem. É um isolamento total. Uma tristeza profunda. São férias não solicitadas. A única coisa que ele vê são os olhares dos donos, que na expectativa de um milagre imploram “toca telefone, toca...”. Celular feliz é aquele do casal em início de namoro. Esse sim está em plena atividade, mandando vários torpedos em tempo recorde, ouvindo coisas bonitas, sendo acariciado e elogiado. Ele trabalha dobrado, mas é tratado como rei, objeto valioso e extremamente necessário. Está sempre limpo, não pode estragar em hipótese alguma, tem que estar bem alimentado e ficar sempre às vistas de seu dono, o mais perto possível, no aconchego da cabeceira da cama de preferência. Esse sim é um celular de sorte, esse sim é um celular feliz. ...

18/07/2009

O grande erro

Errar é humano e normal. Todos cometem erros. Nossa vida está repleta deles. E eu, como todo mundo, cometi vários erros ao longo dos meus relacionamentos. Menti, supervalorizei, mimei, traí, fiz barraco, deixei de fazer barraco, fui paranóica, invadi a privacidade alheia... Cometi os meus pecados e aprendi com eles. Pois bem. Foi a algum tempo que eu descobri ter cometido mais um erro para adicionar a minha coleção. Mas dessa vez, foi mais dolorido. Eu acho que descobri o maior erro que uma mulher comprometida pode cometer. Não estou exagerando, deixe-me explicar. Na minha opinião, o grande erro da mulher comprometida, seja ela namorada, noiva ou casada é justamente o comprometimento. Ou melhor, o super-comprometimento. Quando a gente está bem com nossos companheiros, dificilmente passa pela nossa cabeça que tudo aquilo pode acabar um dia. E comigo não foi diferente. Durante o namoro, tudo o que eu via era uma imagem feliz, com um futuro de altar florido, um vestido branco, filhos e cães correndo ao nosso redor. Mas o namoro acabou e eu não estava preparada pra ficar sozinha. Por quê? Porque cometi o erro do super-comprometimento. Porque durante o namoro, afastei de mim as pessoas que seriam vitais para um momento de separação: meus amigos. É natural. Passamos a fazer todos os programas com o amado. Deixamos de almoçar com a família no domingo, de ir ao cinema com as amigas, de brincar com o filho da vizinha, de topar programas onde só tem amigos solteiros. Mudamos nossos aniversários, réveillons, natais, férias e feriados. Deixamos de visitar os avós, de marcar um encontro com o irmão, passamos a esperar pela resposta do amado para confirmar os eventos, deixamos de ir porque o amado não tem dinheiro ou não está afim, pulamos a balada para ir direto para o motel. Daí o namoro acaba. E todas essas pessoas que você se afastou, sem querer, por um longo tempo, já se acostumaram a ficar sem a sua presença. Já não te chamam mais pra sair, elas desistiram, cansaram de ouvir nãos. E agora você precisa delas mais do que nunca. Dolorido, não é?! Pois é. E muito. E não pense que eles não são seus amigos de verdade. Eles são! Mas eles também têm compromissos, namorados, trabalho, família e também não tem mais aquele tempo pra você, da mesma forma que eu não tinha pra eles. Pois então que fique claro. “Não há nada errado em dedicar-se a alguém. Desde que você não se esqueça daqueles que já se dedicavam a você.” ...

16/07/2009

As cinco Rs

Antes de terminar o namoro ouvi confissões horríveis de umas poucas amigas solteiras. Coisas do tipo “A vida não tá fácil pra gente não viu!”, ou então “Você vai ver como é difícil achar um homem interessante.”, e depois “Você tem certeza que quer terminar seu namoro?” ― Tenho! Tenho certeza sim! ― eu batia o pé. Não podia acreditar como mulheres bonitas, bem sucedidas como as minhas amigas podiam fazer comentários desse tipo. Aposto como existem vários marmanjos caindo aos pés delas e elas não dão à mínima. ― Vocês escolhem demais, são muito exigentes! ― completei e paguei pra ver. Fiquei solteira. Logo marcamos uma balada juntas, para tirar a prova. Estávamos lindas, não é porque são minhas amigas, juro! Fomos para um clube “In” da cidade. Praticamente todo mundo estava lá. Eu só estranhei o fato de eu não conhecer absolutamente ninguém de todo mundo. ― Realidade número 1! ― começou a explicar uma das meninas ― Quantas amigas solteiras você tem? ― Só vocês eu acho! (Conte 3) ― Então, você raramente vai encontrar seus antigos amigos aqui. De agora em diante só novas amizades. ― disse a outra trazendo os drinks. ― Sem problemas, estou aqui para fazer novos amigos mesmo. ― brindamos. Foi ainda por entre o brilho dos copos unidos que vi um grupo de garotas siliconadas, plastificadas, Barbies e pelo menos sete anos mais novas que nós cruzando o salão. Eu acompanhei o movimento em silêncio e fui interrompida por um estalo de uma das minhas solteiras. ― Realidade número 2. Nossa competição é geralmente mais nova que a gente. Já que a maioria de nossas amigas, da nossa idade, está comprometida. É injusto, mas a escolha foi nossa. ― Ok. Isso já era de se esperar. ― Dei uma golada maior na caipirinha, puxei o top pra baixo e arrumei o cabelo. Fomos para a pista de dança e ao som de um hip-hop comecei a sentir vontade de “ir à caça”. Apoiei um pé num degrau o que me deu altura para observar quase todo o salão principal e infelizmente perceber o que devia ser a Realidade número 3: a procura é bem maior do que a oferta. ― Sim amiga, o número de homens sempre foi menor que o de mulheres por aqui. Você sabia disso, só tinha se esquecido. ― riu uma delas. Apreensiva com o que poderia vir depois, me adiantei e perguntei: ― Por acaso existe uma Realidade número 4, ou 5?? Nesse exato momento, um carinha lindo se aproximou da gente e deu pinta de que viria em minha direção. Já ia abrindo um sorrisão achando que elas estavam enganadas e que eu ia ganhar a noite. Foi quando uma das minhas amigas mais atrevidas passou as duas mãos pela minha cintura me jogando para o outro lado da roda avançando ferozmente em cima do gatinho. ― Realidade número 4... ― falou a outra baixinho no meu ouvido se apoiando em meus ombros ― Amigas, amigas, gatinhos a parte. E a Patty é a pior de todas, cuidado. ― Realidade número 5... ― disse a Patty ― Eu não beijo há dois meses! ...

Reviravoltas

Certo. Me deixem explicar do começo. Finalmente consegui acertar na vida de solteira. Tenho uma turma novamente, amigas queridas que adoram sair. Finalmente estou integrada a sociedade, e fazendo a social quase todos os dias da semana. Ao ponto de me sentir cansada de tanto badalar. Perfeito! Como eu tanto desejei que fosse. Gatos chegando, ficando sem compromisso! E declaro na hora, pra quem quiser ouvir. Não quero compromisso! Quero me divertir. Eis que surge um gato diferente. Um gato que tem bom papo, mãos suaves e carinha de bom moço. Eis que rola um beijo... beijo booomm! Me sinto diferente. Tentada a repetir a dose. Não! Não posso! Não quero largar a vida de solteira... Mas ele volta, e os beijos voltam também. E fico como um ping-pong, entre ele e a vida que estava toda certinha. Não, ele ainda não me pediu pra namorar, mas minhas pernas estão começando a ficar bambas de novo. E agora?! ...

Em time que está ganhando...

... Não se mexe! Eu sei, eu sei. ...

15/07/2009

Nomenclatura

É tudo uma questão de apresentação. Você está num bar, na fila do cinema, na platéia de um show. Daí algum conhecido chega e você tem que apresentar a pessoa que está ao seu lado. E ele não é uma pessoa qualquer. Você tem dado vários beijos em sua boca, só que ele ainda não é seu namorado e não é só um amigo. E se você apresentá-lo como amigo, pode gerar algum constrangimento pro lado dele, e ele pensar "poxa, sou só um amigo". Se apresentar como namorado e ele pensar "nossa, ela já está achando que quero namorar". Seria mais fácil se pudéssemos dizer "oi fulana, esse aqui é o gato que eu estou pegando!" Não... acho que não né. Melhor dizer o nome dele e pronto, sem mais detalhes. ...
Respeite a propriedade intelectual. Ao reproduzir os textos não se esqueça dos créditos! Obrigado!